Assustado e atrapalhado, João arremessou a garrafa de bebida para longe e correu, meio desvairado, em direção ao córrego, talvez para acabar com sua vida naquelas águas vermelhas, como se estivesse querendo fugir da presença da visão, que continuava, entretanto, a lhe falar com mansidão.
Estavam todos sobre a cruz;
João com tamanho espanto,
Saiu correndo pela mata
Quando ouviu a voz do santo.
Nesse momento, João sentiu uma força que o impediu de continuar com seu gesto tresloucado: desistiu da fuga e da intenção de acabar com a própria vida, cedendo ante o terrífico e maravilhoso,e voltou à cruz, à calunga, ouvindo a voz a lhe dizer:
"Que fazes, João? Isso é um pecado! Para e reflete!".
O negro, assustado e perplexo, mal compreendendo o que acontecia, e paralisado perante o mágico que se apresentava diante dele, ponderou sobre o que via e ouvia, persignou-se ante a Cruz do Menino Alfredinho e, arrependido e pedindo perdão, caiu de joelhos, submetendo-se ao sobrenatural.
continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário